quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Parábola do Senhor e dos três servos para explicar o desenvolvimento espiritual

"Um senhor que tinha três servos ia viajar. Chamou os três servos e lhes entregou a cada um três talentos para que eles trabalhassem e multiplicassem. Ao viajar, o primeiro servo pegou seus talentos e saiu para gastar, como se fossem de sua propriedade. O segundo servo, com medo de gastá-los ou perde-los, enterrou-os para devolver ao seu senhor quando voltasse. O terceiro servo saiu com os talentos, comprou vários objetos e foi comercializá-los. Quando o senhor voltou de sua viagem, chamou novamente os três servos para que prestassem contas dos talentos que lhes foram confiados. O primeiro servo, que gastou irresponsavelmente, não tinha como devolver os talentos ao seu senhor, e foi imediatamente castigado, permanecendo servo. O segundo, que enterrou os talentos, imediatamente correu para entregar ao senhor os mesmos talentos recebidos, e foi castigado e permaneceu servo, por se mostrar medroso e incapaz. O terceiro servo, que comercializou com os talentos que lhe foram confiados, trouxe ao senhor muito mais do que lhe havia sido entregue, pois os havia multiplicado comercializando, e assim o senhor o libertou, por ser digno."

Essa parábola de Jesus mostra o que se exige para a espiritualidade: a multiplicação dos talentos. Os talentos (moeda da época) Jesus comparou com os dons espirituais (as virtudes) o que muito é confundido e deturpado por muitos, como dinheiro e riquezas que devem ser multiplicados para se obter a liberdade, como se fosse possível comprar a Deus. Também, ao Jesus falar de dízimo, traduzia a mesma coisa desta parábola: a parte do seu espirito que deve ser doado na forma de virtudes para ajudar ao próximo, o que é visto no milagre da multiplicação dos pães e peixes, que representam doar a vida ao próximo que faz parte do desenvolvimento das virtudes. E, contra o dinheiro, Jesus expulsou os vendilhões do templo, amaldiçoando-os, pois o que se faz na espiritualidade é os mais abastados ajudar aos outros com caridade, fé, amor, dedicação e demais virtudes. Se ele fosse a favor de riquezas, ele jamais agiria dessa forma, pois os vendilhões traziam muito dinheiro nos impostos. Em inúmeras passagens da Bíblia, mostra-se que Jesus era contra a ostentação. Da mesma forma, todos os espíritos elevados, como Buda, Krishna, vários santos, e tantos outros não considerados, como atualmente, Gandhi, abandonaram as ostentações, negando o EGO. Assim, por que tantos sacerdotes vivem em templos e palácios luxuosos ostentando com máximo orgulho em suas riquezas, muitas vezes retiradas da boca de crianças famintas (filhos de fiéis)?


Voltando à parábola, vê-se o senhor como sendo o Todo, Deus; os servos são os espíritos que precisam aprender a ter virtudes (talentos) para poder ter uma vibração elevada, unindo-se ao tudo nEle (o tudo no Todo). Como todos são criados por Deus, todos são criaturas e servos dEle, pois se assim não for, seria igual ou superior a Ele. Ser servo dEle, indica que todos têm a mesma função e o mesmo objetivo: multiplicar os talentos para evoluir espiritualmente e a Ele voltar (unir-se à máxima vibração no equilíbrio universal, fazendo parte das hostes que O amam e O louvam). Como Deus é o Todo, que contém tudo, amar a Deus determina amar a todos, como Jesus o fez. E para amar a todos, é necessário desenvolver as virtudes, eliminando os defeitos como orgulhos, preconceitos religiosos, de raça, de cor, de sexo, de riquezas, e assim por diante, como fez e pregou Jesus, Buda e outros espíritos evoluídos.


Quando se fala em multiplicar os talentos, entende-se claramente nas ações de Jesus e dos demais evoluídos que os talentos dados por Deus são as virtudes, os dons, as capacidades e tudo que faz parte do espirito. Quanto mais se desenvolve espiritualmente, mais os talentos se multiplicam, especialmente por que com a evolução espiritual determinada pelo cultivo das virtudes, salvam-se outros espíritos através do amor, da caridade e todas as virtudes a mais, que são atraídos, mudados e também elevados.


Assim, tem-se:


1) Aquele servo, ou espirito que multiplica seus talentos, obtém a liberdade: elevar-se e não viver mais no sofrimento das trevas, mas estar perto de Deus (ou com a vibração da Luz no Todo).


2) O servo que enterra seus talentos para devolver a Deus por medo de perdê-lo, é aquele que a tudo teme e para não se desvirtuar, esconde-se do mundo, não realizando obras de caridade, de benefícios, nem nada. Esconde-se para rezar ou orar, mas apenas por medo dos testes a enfrentar e medo de ser castigado. Foge da própria consciência que faz parto do tudo e do Todo. Também, é o que vive de dúvidas e ora com a frase: por via das dúvidas, eu faço. Ou seja, não tem fé e não desenvolve as virtudes por alastrar sua dúvida em outras faltas de virtudes. Ambos estagnam na evolução espiritual, tendo de permanecer na faixa vibratória que vive, sofrendo e sendo testado constantemente. Isto é, continua sendo um servo, até que confrontem o medo e a dúvida, buscando evoluir com fé, para ser livre como o primeiro.


3) O terceiro caso é o espirito que destrói os talentos, o espirito que passa a viver à busca das faltas de virtudes, a ganância, o egoísmo, a arrogância, a luxuria, o ódio, e assim por diante. Esse também sucumbe aos seus próprios males, pois sua vibratória cai mais ainda, e assim permanece no sofrimento, só que como um servo das trevas, o que é pior que o segundo caso. Afunda por ter gastado todos os talentos, tendo um caminho das pedras mais longo e mais sofrível para chegar a Ele, pois tem de enfrentar não só o medo e a dúvida, mas humilhações de todos os níveis para equilibrar o que foi por si realizado, até recuperar os talentos e adquirir a consciência da evolução espiritual.


Assim, buscar a espiritualidade, não é apenas buscar misticismos, mas buscar mudar internamente e saber aplicar ao próximo o que verdadeiramente é exigido do universo: o amor e a união do tudo com o Todo.


Que Deus os abençoe!

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